domingo, 22 de janeiro de 2012

El viento

As estrelas estavam. Areia e vento, no mesmo lugar. Sua presença estava. Impregnada numa lembrança amena, morna, sem graça; que se esqueceu de se esquecer. Que se esqueceu de desaparecer do céu da minha boca.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Pausa íntima da autora ou, um momento de verdade

Disse ele:

- (...) Admiro isso dentre tantas coisas em você, a coragem de não temer o futuro e de viver cada minuto, e ser forte e corajosa nos desafios e caminhos. Helena é um lindo presente de Deus, que tomou espaço no seu ventre e ao sair dele (senão, já dentro dele) revitalizou suas percepções de mundo e (ela) continuará provocando coisas em você durante o tempo, e vocês terão muito tempo... Continue escrevendo, continue alterando, continue maisquerendo, cada sensação e possibilidade. Gosto de ler você e confesso: sou mais uma puta que te sigo!

E não precisou dizer mais nada.

À imagem :




segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

P.S.

Morro de rir com o incômodo. A tragédia humana sempre será boa fonte de criatividade !

Banho de vida

Catando os pedaços. Apaixonadamente abandonados no caminho pra cá. De volta, catando os pedaços. Redescubro as minhas pessoas. Deixo-nas desnudas. Despidas de meus achados, apenas como são. É de caráter intenso essa alegria borbulhando em mim. Faço de um instante, tempo. Tempo de ser feliz. Apaixono-me pelo ser humano na mesma proporção em que me horrorizo. A paixão mantenho perto. O horror, distante. Inerte, as pupilas dilatam. Abrem espaço para maiores visões. Em choque. Bombeio mais sangue. E a vida que  as pupilas absorvem, sinto pulsar em mim. É de caráter verdadeiro a paixão. As criaturas. A redescoberta. A vida brota como água na fonte. Sábia abundante límpida.

Para ler ouvindo: 



Sim (co)

Lhe prometi mais. Mais um. Mais um amontoado de palavras. Derramadas sob o corpo que já conheço mas, não é meu. Lhe prometi e, aqui estão, suas palavras. Metade minhas. Para você. E essa boca que já conheço mas, não é minha. Esse jeito que já conheço mas, não é meu. Esse eu que é seu e apenas seu. Reconheci e reascendi. A tua humanidade me fascina. Lasciva e viva como poucas. Digna. Benevolente. Teu gosto é de gente. Da melhor expectativa possível. Gente que fere se entrega ama sente; arrisca.

Para ler ouvindo:


Cinco

Rolam as gotas
Morenas
Macias
Como você
Suculenta mente rolam
Sonham
Em (não) conter
Então contenho-te em meus lábios
E os meus lábios em suas pernas
Assopra o fogo
E mais fogo tem
Inflame
Infame

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

E ser tudo



' A estrela caiu do céu
O pedido que se pensou ... '♪

Histórias terríveis

Sai! Vai peste! Corre solta! Corre que eu quero ver o balanço dos teus cabelos e dos teus quadris sumindo longe que nem névoa no horizonte. Corre pra lá que logo eu corro daqui. Corre levantando a poeira por entre as pernas. Confundindo minha direção. Só não vale reaver. Não vale dizer que eu não fiz minha parte. Não vale. Meu equilíbrio é intenso e inconstante. Duas medidas para o mesmo peso. Dois pesos para a mesma medida. Foram-se embora os rodeios. Foi-se o touro. Foi-se o carneiro. O Cowboy ficou só. ( Tadinho )


Para ler ouvindo:


' A vela é de cera
E a cera pega fogo

E o fogo lá da vela
é o eterno coringa do jogo ' ♪♪

sábado, 7 de janeiro de 2012

Proposta

Eu fico acordada devorando as horas; enquanto não devoro você. Enquanto não me liquefaço em sua bebida. Enquanto você não me toma. Me queimo incendeio ardo. Viro pó. Mas não me cheira. Não me assopra. Não me varre. Revejo e relembro mudando os passos para o próximo ato. Tudo ilusão. Magia. Tudo corpo. Beleza. Mistério. Só a minha boca sussurra o que há de acontecer. Me inclino a desafiar-te. Teu corpo lutando com o meu. O que me diz ?

Para ler ouvindo:


"mata-me depressa"

No meu corpo só, no teu corpo meu

' Nas minhas curvas e esquinas
Vivem desejos que fogem das mãos
Fazendo o coração corar de vez em vez


Você não vai se perder
Eu vou lhe achar. '

3 na massa; Seu lugar

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Até o fim do pacotinho

Provou temerosa. A boca pouco abriu. Saboreou como quem sabe que ainda há muito mais. Quis mais.

Mas não pede

Quando aperto forte os lábios. Fundo. Profundo. Claro e teu. Sinto o gosto em minha boca. O cheiro a impressão e o fato já se foram. A água leva e lava. O tempo também. A gente muda de ideia na mesma frequência. A mesma frequência na qual nos movimentamos. Subtraiu-se a espera expectativa lálálá. Só ficou o futuro; em branco. E o que ainda nem aconteceu.


Para ler ouvindo:

Pode até engasgar, pagaria pra ver.

Sonho. E o avesso do sonho é o mesmo sonho que estava em mim. Desejo. E o avesso do desejo sonho. Essas possibilidades não estão no futuro. Estão nos sonhos.

Parte I
Lentamente. Dispo teu corpo. Lentamente. Meu corpo. Os ritmos variam. Falo e recrio. De algumas coisas quase arrependo. Toca a tua boca a minha pele. Toca a minha pele a tua boca. Dois desejos se tocam. Durmo. Acordo. Teu cheiro em mim. Um pensamento variante. Evito pensar. E quanto mais evito mais penso.


Parte II
Entre o seu silêncio gigante e a "espera" há apenas o toque. Tuas palavras parecem residir nos dedos. Então tento ler-te. Mas me perco em tentar.

Parte III
Me prometo e descumpro. Desisto e tento. Tentação. Intensidade. Vida. Construo mil e uma colocações. Destruo. Opto por continuar vivendo. Entre o teu silêncio e o meu querer o que realmente importa é acontecer.


Para ler ouvindo:






segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

(a carne o sangue os podres temores, tremem. O coração treme. Despertou fixo mas, diferente. Aquele pensamento impregnado. Cego constante, como noite sem lua. Densa e escura. Romântica. Misteriosa. Ousou mudar, como a muito não fazia. Arrepiou-se g r a d a t i v a m e n t e da cabeça aos pés. Sucumbiu de tanto imaginar projeções para além do invisível. Realizar desejos antigos...)

 Parada, admiro tua retina. Com os olhos fixos no escuro da madrugada, te sinto. Suavemente, com a ponta dos dedos, tateio fio por fio dos teus cabelos. Surpreendo-me em tamanho querer. Corre acelerado o relógio do tempo. Limita as horas. Ilimitam os beijos. Sigo, alimentada por um impulso inerente. Teu prazer; meu desejo. A vontade de perpetuar insiste. Incide.





Que a cada manhã, ao acordar, eu desperte um pouco mais para o que verdadeiramente me interessa - A. Jácomo