domingo, 27 de fevereiro de 2011

As vezes é preciso escrever um pouco de verdade

Então fica combinado assim. Acabou a brincadeira. Vestidos nessa nuance de gente grande, o tempo é de amar. O tempo é de construir. Não parar. De agora em diante, tudo é segredo e discreto. O nosso será apenas nosso e a divulgação será em doses pequenas e comuns. Nem todo mundo sabe o que fazer com a felicidade alheia. Alheia do seu pequeno ego. E se é nossa, que seja apenas. Dividir não é publicar. Expôr provoca desejos e desejos podem ser destrutivos. Se papai tá feliz, mamãe tá feliz, vovôs e vovós, bisa e bisos. E toda essa árvore genealógica, apenas ela, precisa ser feliz também.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Mimos de um fim de semana de uma grávida

Então é assim. Poucos anos e muitos hormônios. Muita estética e opnião. Eu acho tudo. Eu achei que achava tudo. E tudo que eu achava eu achava que sabia. Hoje eu sei que não sei de nada. A gente tenta rumar a vida como quem anota num caderninho as dívidas de alguém. Burrice. No fim das contas, ninguém controla porra nenhuma nessa merda. De repente, você tem vinte e um anos, três semestres de universidade, um apartamento solitário na capital, um bocado de amigos, um bocado de planos, um bocado de regras, um bocado de ego, extremamente egoísta. Daí você pisca os olhos e parece que alguém, em algum lugar, puxou o tapete e você caiu no chão. Com o TRASEIRO direto e rente no chão. Só que ninguém havia dito que tudo o que você achou que sabia era realmente o que existia e muito menos que o tapete estava no lugar certo, ou que você estava no lugar certo. Certamente, alguém, um dia, até tentou te avisar. Mas você tinha mais hormônios do que atenção e nunca deu bola pra nada além de você. Puf! Parece que a terra desceu escrota bem em cima do seu barraco. Alguém aí sabe como é ter que recomeçar? Lamentar-desapegar-enfrentar-planejar-reconstruir-e-seguir-em-frente. Tipo aquele lance de levanta sacode a poeira e dá a volta por cima. Eu não fui assaltada. Não fui baleada. Não fui agredida. (mas bem que tentaram). Não fui explusa, nem mal tratada, nem odiada, nem morta (rs). Meu barraco não caiu. Meu entes estão bem. Eu não perdi o emprego. Ainda estou na universidade. Tudo bem que não ganhei na mega sena, mas eu nunca joguei! Apenas serei mãe. Padecerei no paraíso. E todas aquelas fraldas que as pessoas dizem, Aliás, falas que as pessoas dizem. Porque eu, não digo mais nada. De agora em diante eu só posso sentir. Além dos enjoos e tonturas, um amor imenso e incondicional, que não precisa de sexo, nem de corpo, nem de nome, nem de nada  pra existir. Um fruto. A gente plantou né? Nada mais justo que colher.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Nanana

Depois de ler um milhão de sites, chego a conclusão de realmente não estar maluca. Mas me diz aí o que que eu faço com essa variação estrabólica de humor ?! Cacete que maluquisse! Desfazer das coisas que acredito para ser sempre mais altruísta, até então, pra mim, era o ápice do desafio, mas como se não bastasse, uma batalha de hormônios construidores de placenta estão desafiando a minha sanidade. Só muito amor. Um golpe de redução de danos utilizando muito amor.

Caio F.

Sinto falta da calma e companhia dos cigarros.

Oito semanas

Variações malucas de humor. Baby, isso vai me matar! Na boca um milhão de perguntas. Um milhão de enjoos que brocham qualquer desejo. Um tesão alucinado, chato, cheio de mimos e bem me quer. Mais quilos, mais responsabilidades, mais sangue, mais vida, mais informações, mais restrições. É tanto mais tanta coisa que vai confundindo a mente ativa e operante que, além de feminina, estudante, trabalhadora, jovem, aprendiz, ainda precisa ser mãe. Mas aquele tipo de mãe que ainda não é, já sendo. Alguém por acaso já pensou que atravessar a rua é o melhor exemplo de existência? Não basta olhar pros lados. Você tem que contar com a sorte de não ter algum maluco que desrespeite as normas e invada o seu espaço, esmagando a sua cabeça ou te dando um grande susto. É. É isso. Viver goza de uma boa dose de sorte. Sorte de que todos a sua volta possam respeitar seu espaço e que você respeite, também, o espaço do outro. Será que alguém aí esqueceu aquela paradinha básica de direito de ir e vir? Tem mais alguém nessa jogada louca. Vida louca. Vida louca. Vida louca.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Isso as vezes nos convém ( coral brasileirinho)

Loucura como um cordãozinho pode fazer tanta diferença. Maturar o perdão e o bem querer tão juntos e maciçamente. Permitindo-se sempre a usufruir a autonomia de existir. Derreto cada pedaço que aos poucos vai se colorindo de um tom assexuado e melancolicamente intenso. Numa espera, moram vários compassos sentidos diferentes. Em cada compasso sentido, um outro sentido que não chega a existir por não ser imaginado, mas esta lá. Delicadamente uma sinfonia vai, osciladamente, se construindo todos os dias. Um resultado variante e permanente. Permanentemente amor perene. A metáfora virou realidade 2.

Velosamente

Devagarzinho tudo oscila. Picos de bem ou mal. Onde eu nasci passa um rio. O rádio toca pra mim. Vindo de onde for, venha que vamos mais. Venho de onde for. Foi para sempre vai.

Chico Buarque

Nosso erro já bateu mais de quatro milhões de vezes. Belo erro vivo. Agora terá que ser um acerto. Um acerto de contas. Contas da vida que intensamente sempre vivemos. O belo cigarro, que não posso mais. O belo copo de cachaça, que não posso mais. De um lado um coração partido. Lágrimas de uma moça do lado de lá. Lágrimas de uma moça do lado de cá. Porque todas essas moças chorando assim? Do outro lado a ânsia pelo que virá. Se meu amor soubesse desse destino demasiado estranho que vivemos. Ah se meu amor soubesse. Se ela soubesse que nada tive a ver com nada e agora tenho tudo para haver. Já há tudo em mim. A metáfora virou realidade.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A dica

Glória nunca teve medo de palavras feias grandes grosseiras. Nem de ameaças. Tapas. Trapaças. Da morte. Glória tinha medo de não cobrir de carinho aqueles a quem amava. De perder uma boa oportunidade. Se distrair. Perder uma chance de paz. Dizia ter aprendido em casa que temer só poderia lhe render cautela e que ninguém, jamais, tinha o direito de lhe explicar as possibilidades. Também foi lá, que ao longo de suas poucas primaveras, entendeu a felicidade. Glória sonhava, com a realidade que conquistava a cada dia. Nunca foram dias perfeitos. Glória nunca fez o tipo de menina que busca a perfeição. Havia uma felicidade contagiante ao saber que, ao fim de cada dia, ao menos um detalhe, fosse apenas um passo, ela havia conquistado. E essa conquista, ninguém podia apossar-se. Nem que arrancassem suas vísceras, ou lhe cobrissem de estupidez. Havia uma coisa que a mantinha segura de si. Glória sempre quis muitas coisas ao mesmo tempo, mas sempre soube muito bem o que não quis. Pessoas mesquinhas, cheias de mágoa, paradas no tempo, sempre estiveram fora. E sempre vão estar.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Verdades e mentiras

As coisas mais estranhas acontecem ao amanhecer. Descobre-se as coisas mais estranhas ao amanhecer. Sucumbe o medo em mim. Sólido como um metal fundido em meu peito. Medo do que decidir. Medo do erro. Medo dessa tempestade avassaladora, dolorosa, pressionante. Por favor, me dê a mão. Ignore esses corações lotados de mágoa.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Nuevo

Vida nova. Mais uma. Mais uma vida cheia de opções. Decisão. Quem provará o certo e o errado ? O cheio o vazio o meio. O meio termo. Não há espaço para meio termo. Você veio sem pestanejar. Passaram-se anos. Desenvolveu-se agora, assim. Nesse meio trágico, sua beleza infantil tão reconhecida e estranha, sucumbiu de amor e ódio a existência. Os caminhos existem para serem trilhados ou escolhidos. Apenas a permanência é uma escolha. Escolher olhar pros lados antes de atravessar a rua e não ser amassado por um carro velho em baixa velocidade logo ao amanhecer. Morrer não é trágico. Trágico é como morrer.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Chico Buarque, mulher

Não quero ninguém dizendo o que fazer. Só escuto a voz em sintonia a minha. Apoio. O que quer que aconteça, ficará bem. Você me diz, enquanto nem consigo entender o fato. Falso positivo. Abuso da sorte. Eu não quero o não. O melhor a ser feito é tão egoísta e doloroso. Erro na dosagem. Fatal. Tudo problema meu. Quem lê nunca vai entender. Filosofia interpretação nada lógico ou ligado ao raciocínio vai te fazer entender do que realmente é real aqui. Devia seguir a vida e olhar pra frente. Não sou nada, nunca quis ser tudo. Sou o que. Quem sou. Tudo só diz respeito a mim. Interromper a vida. Superar. Aguardo ansiosa o desfecho dessa faca de dois gumes. Deu tudo errado, na hora errada. Deu tudo certo, na hora errada. Deu tudo errado, na hora certa. E agora José?