sábado, 31 de dezembro de 2011

Happy new you !

' De tudo ficaram três coisas
A certeza de que estamos começando
A certeza de que é preciso continuar
A certeza de que podemos ser interrompidos
antes de terminar.

Fazer da interrupção um caminho novo
Da queda, um passo de dança
Do medo, uma escada
Do sonho, uma ponte
Da procura, um encontro. ' 

F. Sabino


Para mim, ficaram três coisas
O amor incondicional de ser mãe
O amor incondicional de ser filha
O amor incondicional de ser amiga
E um mundo LOTADO de possibilidades de felicidade.




' non, je ne regrette rien.
Car ma vie, car mes joies,
Pour aujourd'hui
ça commence avec toi '
 


Pode vir quente que eu estou fervendo ♥ 2012




sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Desperto

Você se satisfaz com o que ele te diz ? Será que você acredita ? Acredita como acreditou ou como se convenceu de que acreditava ? - sorriu. Não tenho verdades amarradas a ninguém. O meu choro e o meu riso não dependem de mais ninguém. Faço, sou e vivo o que quero. O que rompeu nunca teve firmeza para continuar. Não sou feita de erros, apenas aprendo com eles. Não acredito em para sempre único arrependimento erro fatal. Fatal, só a morte. As vezes até assassino alguns monstros em mim. Mas a vida renasce maravilhosamente todos os dias. E eu também. Tenho o poder de me regenerar e me refazer. Não há começo, nem fim, há a mudança. Mas e você ? O papo era sobre você, não é ? Será que você conhece a verdade ? Sabe como funcionou e funciona ? Conhece cada detalhe construído até chegar aqui ? Será que a sua dissimulação enxerga outra ? Ou gosta de viver assim, a base de enganação ? E todas as suas super afirmações funcionam para você ? Te atingem ? Você se enxerga como é ? Tem noção do ridículo ? Segurança, tem ? É que no meu vocabulário e pequena intensa experiência de vida, cão que ladra não morde e quem desdenha quer comprar. Ouvi dizer que é ódio, mas tô achando que é amor. Será, meu bem, que as tuas feridas tão expostas ainda não cicatrizaram ? Medo de que tudo se repita ? O texto continua o mesmo. Essa historinha eu já li. Coleciono, guardadas no armário, as mesmas palavras, as mesmas mentiras. Um passo passado antes do teu. O que me exime de você é que eu segui a vida e você continua aí. Estagnada numa ilusão que muito mais se ocupa em provar e incomodar que em acontecer.  Enquanto suas âncoras estão no passado no sonho e nos devaneios, as minhas estão no futuro. Afinal de contas, tudo está no futuro, todas as possibilidades. Exercita o desapego. Meesquecemeapagameanula. Ou lide da melhor forma. O seu melhor ? Se esse é seu melhor lhe rendo decepção. I believe u. Juro que sim! O que você tem eu não quero. Já usufrui e só adquiri náuseas profundas, que carrego até hoje. Vai meu bem, sacode a poeira! Força na peruca ! Acredita em você! e aproveita pra me deixar em paz.






" Quando eu olhar pro lado eu quero estar cercado só de quem me interessa. "

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Happy new year !

Vejo as experiências que me cercaram. Um gozo intenso. Uma memória intensa. Uma certeza intensa de vida mais vida mais vida. Agora revejo reformulo reconstruo. Como se acidentalmente todos os scripts fossem reposicionados. Há uma firmeza singular e uma sabedoria bem maior em aproveitar os momentos. Saber em viver. Saber em recuar. Saber amor.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Niña

Acabou. Com um certo sufoco apressiou aliviado o fim. Acabou antes da hora, o que lhe dava tempo de sobra e alguns questionamentos. Quem sabe um sono intenso. Um pensamento intenso. Algo intenso que lhe distraísse. Ouviu sua voz. E todas as linhas seguintes ficaram vazias porque não conseguia descrever o que sentiu. Apenas ouviu sua voz. Apenas queria ouví -la. De novo. Novamente. Até que a distância entre os corpos fosse de apenas um beijo. E então pudesse deslizar as mãos nos seus cabelos. E tocando seu corpo, pensar, aliviado, que bom que está aqui.
Construíram, até aquela chegada, com palavras simples, bases de carinho. Não desejava seu corpo como um desejo único cínico isolado. Virtualmente, teu abraço maduro abrira margem para todo o resto. Era muito mais uma questão literária honesta poética. Nos últimos dias criou critérios que dispensavam embravecidamente intensas paixões mentiras sinceras desesperos e aflições. Precisava da paz que faltava ao mundo. Ela agia como missão de paz.
Deu-se tudo tão rápido que na distância não deu-se. E o que poderia ser trágico continuou a acontecer. É que agora faltava tato. Olfato. Paladar. Precisava saber do cheiro gosto temperatura. A tua beleza se inscrevia nos meus olhos aquarelamente devagar, tingindo meu olhar de você. Então eu já sabia do óbvio: todo o caminho traçado deveria ser refeito.

Sentou-se. Prometeu voltar a escrever em dois dias, quando finalmente, você estaria aqui.




' Talvez o mundo não seja pequeno 
Nem seja a vida um fato consumado 
Quero inventar o meu próprio pecado 
Quero morrer do meu próprio veneno 
Quero perder de vez tua cabeça! 
Minha cabeça perder teu juízo. 
Quero cheirar fumaça de óleo diesel 
Me embriagar até que alguém me esqueça ..'

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Felicitações

Que a tua festa não seja apenas hoje. Que todos os dias, os dias pareçam mais coloridos e a mente mais serena. Que o teu corpo vibre a cada passo. Descanse a cada tropeço. Desperte a cada desafio.

( Despertou )

No telefone, distante, ensaie textos longos, desejos poéticos, profanos verbos clássicos. Pude apenas sentir, na distante ligação moderna, a sua voz rouca, despertando a cada letra, vagarosamente, no seu eu mais você. Vagarosamente no teu jeito mais pessoal de despertar. E a distância e a memória, juntas, intensas em dedicação, apertaram o coração até o revés de momentos velhos e bons. Vieram o sorriso a calma e o carinho. Teus traços intensos que tanto me ensinaram nos melhores e piores momentos, carreguei um tanto pra mim.
Então desejei que a tua doçura fosse perene e contagiosa. E desejei estar perto. Para me contaminar.Dela. E da sua alegria quase inconveniente. E da sua calmaria desafiando os limites da minha apressada paciência. E continuei desejando que todo o seu eu se disseminasse mundo a fora para que, quem sabe, as pessoas pudessem ser um tanto mais leves e simples. Desembaraçosamente mais felizes.

Então esperei a próxima vez.



e as coisas tão mais lindas...' é o que desejo pra ti. 

Sinceramente.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Cores

Sucessão de acontecimentos maravilhosos é  quando, de repente, você recebe o que estava, no exato momento, pensando em dar. Uma mensagem abraço beijo. E logo depois, uma visita toque olhar. E sucedem incontrolavelmente, sensações de alegria prazer e satisfação. Ai você começa a suceder um ser melhor todos os dias e a vida flui com uma leveza INEXPLICÁVEL.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011




' Já ganhei
Já perdi
Ainda estou vivo aqui
Evito matar, luto pra viver
Na seleção natural
Eu não jogo pra perder

As horas passam, as vidas mudam, tudo é cobrado,
Nada se esconde demais (Tic Tac Tic tac)

As horas passam, tudo será cobrado, nada se esconde demais '

True.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Dô tô

Cintilam língua dedos mente. Cintilam desejo segredo suspense. Um mundo pequeno não pode cintilar. Obsessões não cintilam. Sinto o ar entrando pelos pulmões v a g a r o s a m e n t e enquanto o sangue quente corre toda a extensão do meu corpo. A imensidão para além das fronteiras de mim. Plantar no primeiro passo. Depois colher.

La gratitud, mi amiga

O faro. O cheiro. O tato. O ato. A falha no ato. A construção da possibilidade. A desconstrução da moralidade. A vontade e a razão. A guerra das vontades. A autoridade. O abuso de poder. O que está para ser visto e o invisível. O que está escrito e o que se interpreta. Os cheiros. O conhecimento. A revisão do que já foi dito e o suspense do que virá.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Tô me guardando pra quando o carnaval chegar


Existiu onde havia deserto. Persistiu onde, uma hora foi cheio, noutra vazio. Mas nunca meio. Se edificou sob concretas existências. Concreto que ficamos e partimos até aprendermos a dividir. O medo o azar a sorte a surpresa o amor a tristeza a alegria a incerteza. Dentro do que é certo. Do que é cego. Do que não podemos ver. Dentro do silêncio das ligações modernas. Dentro do que está aqui dentro. Do que ainda vai acontecer. As melhores palavras. A melhor sensação do meu melhor no melhor de ti.

Tu tem toda razão e eu quase acreditei

' Quaquaraquaquá, quem riu?
Quaquaraquaquá, fui eu
Ainda sou mais eu 
(...)
Mas que malandro sou eu
Pra ficar dando colher de chá
Se eu não tiver colher?
Vou deitar e rolar '


quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A mente

Alvo. Desejo. Coincidentemente. Como um incidente. Incidem as mentes no mesmo pensar. Você falou o que pensei. Rapidamente. Pensei em te falar. Estrategicamente. Apenas pensei. O que será ?




Tum tum tum.

Tudo está no futuro

Grandes mentes. Grandes segredos. Milhares de cheiro em pequenas possibilidades. Suposições em falsos galanteios. Milhares de idéias em pequenas possibilidades.
- Então funciona assim? - quis perguntar.
Escrevi no teu 'se' um passo largo pra realidade. Então, deu-se a lua. As frutas os queijos as ervas os vinhos e as possibilidades.

sábado, 26 de novembro de 2011


Dizem que o amor atrai ... '

manifesto do novo dia

Tão bom não sucumbir ao desespero jovial de viver o agora como se no segundo seguinte não houvesse mais nada. Tão bom ter a vida inteira. O coração inteiro. O mundo inteiro; de possibilidades. Não às urgências exageros demasias eternidades para sempres. Não à imaturidade jovial que se alegra com a restrição do único. Não à incongruência de permanecer no óbvio. Não a hipocrisia da aparência. Negue e extrapole o ato. Haja. Para além.


sexta-feira, 25 de novembro de 2011

terça-feira, 22 de novembro de 2011

' rotineiramente desqualificamos testemunhos e exigimos comprovação. Isto é, estamos tão convencidos da justeza de nosso julgamento que invalidamos provas que não se ajustem a ele. Nada que mereça ser chamado de verdade pode ser alcançado por esses meios. '

Marilyenne Robinson, citação do livro A Cabana

eu francamente já não quero nem saber.

Tentou chorar aquela ausência. Não houve pronúncia d'uma lágrima sequer. Não havia ausência;

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Coincidências

Pecado escrito nos teus lábios. Correm meus olhos em curvas sinuosas perigando se perderem. Entre dois corpos um abismo. Estrito. Laços estritos. No teu cabelo laços. Na realidade fantasia. O teu pouco no meu muito. Quase nada há. Desejo. Alucinações. Série irrestrita de pura fantasia. O que virá ?

domingo, 20 de novembro de 2011

Rascunhando

Tire a sua roupa devagar. Tire a pele. O lugar que habito não me cabe. Num fio de cabelo talvez. Longos fios de cabelo espalhados pela cama. Amanhece. Anoitece. Não precisa acreditar pra acontecer. Tudo paralelamente intacto. Contos inalterados. A deturpação ditada pela professorinha cafona do fundamental. Porra de amor. Porra de morte. Tanta porra espalhada pela cama. Tic tac tic tac tic tac. Os ponteiros do relógio e o porteiro do outro prédio estão incomodados. Dados. Os fatos. O fato de não estar nem aí.

sábado, 19 de novembro de 2011

Scenic world

Bateu a porta jurando por toda revolta nunca mais voltar. Copo de leite no chão. Farelos infantilmente amarelados. Poeira. Sujeira. Restos de um furacão que entrou pela porta da frente e estourou todos os tímpanos do bairro.
- E que bairro idiota era aquele ?  - Tanto barro manchou a calça. Jurou nunca mais voltar àquele lugar. Voltou semana passada. A terra estava seca. Solo pobre.
-  Acabaram os minerais e as vitaminas.
 Solo pobre.

E tanto cansaço enfim.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011




Qualquer lugar ...

Já repararam como é bom dizer ''o ano passado'' ? É como quem já tivesse atravessado um rio, deixando tudo na outra margem .... Tudo sim, tudo mesmo! Porque, embora nesse ''tudo'' se incluam algumas ilusões, a alma está leve, livre, numa extraordinária sensação de alívio, como só se poderiam sentir as almas desencarnadas (...) ''
M. Quintana

E o corpo inteiro feito um furacão

Pelas que me seguem. Nuas em sua crueldade. Maquiavélicas em suas realidades. Tristes em sua existência. Pois há de ser triste a existência disfarçadamente baseada no outro. Na perseguição ao outro. Na destruição do outro. No outro. Outro. Outro. Outra projeção dos seus medos, dúvidas, capacidade. Pelas que me seguem, inabalavelmente, dedico meus reais sentimentos de solidariedade.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Blá blá blá Freud explica! ♥

A vida é boa, tanto que virou canção. Como as que canto nos cantos dos sorrisos que divido com os amigos nesse momento. Nesse ou em qualquer outro pormenor meu próprio. Meus próprios instantes. Some efeitos. Vibre sensações. Elime justa causas. Desperdice amor. Encha-se de amor até que transbordando soe desperdício. A vida é boa, tanto que virou canção. E os cantos infinitos, finitos pontos que deslancham a linha reta desse círculo infinito. Retorno. O amor retorna. Transborda. Conquista. Me apaixono por mim ao conquistar você. Porque na trajetória da conquista vivo paixão. E na soma agrego o estável. Tempo espaço do sentir-se bem. Sinto em mim. Sinto o universo em harmonia aqui dentro. Então renasço, encanto, em cantos findos no infinito amar.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Blá blá blá

Perdi a partida e, parti pra outra. Dar a volta por cima dá frio na barriga.
- Sabe aquele ponto final que você rolou da linha? - gargalhei - você é exatamente o que eu dizia - gargalhei outra vez e bati a porta dessa história.

domingo, 6 de novembro de 2011

Morte e vida

É. A gente não pode culpar as pessoas por escolherem viver suas mentiras. Ou suas verdades. É muito triste ter que desistir de um sonho. Bem ou mal, a gente sabe que vai sobreviver. O que restou daquilo tudo, além dos destroços, foi o futuro. A história que não foi vivida, o espaço em branco, a vida que ainda há. Há muita vida lá fora, sabe? Costumava haver muita aqui dentro. Dentro de mim um pouco de vítima. Alvo de uma mentira. Alvo de uma dor de cotovelo. Alvo de um amor que não soube amar.
- Eu não queria desistir.
-Você nunca vai entender. 
- 'Que eu não sei voar nas nuvens como você'. 
Cultivar, quem sabe a esperança, de que um dia haja apenas uma verdade, e aí, sendo tarde, nada volte, mas tudo se esclareça. Cultivar a vontade de seguir em frente. Cultivar nesses pequenos olhos minha vontade de viver. Cultivar o que você não quis. Amor.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Pasto

Perdeu as estribeiras. Perdeu a fé. Perdeu o amor. O amor próprio. Perdeu o passar dos dias. Da verdade escondida, omitida, mentida. Perdeu a verdade. Perdeu o instante em que a verdade passou a ser mentira, então caiu. Caiu no jogo sujo de fingir que acreditava enquanto ele fingia que era verdade. Aí a verdade caiu. A mentira caiu. Perdeu a paciência de fingir. Obrigada companheiro, por ter sido tão sacana, mas em tão pouco tempo. Reduziu os danos. Danos que sempre ficarão. A sua falta de coragem pra sua própria verdade sobrou pra mim. Sobrou pra mim o exemplo de nunca ser assim. Frouxo como você.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Uma tatuagem e um recado

Sei que me lê por aqui, então aí vai um recado:

Se você queria tornar minha vida um inferno, parabéns! Conseguiu!

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Habitar

Eu queria braços e eles não estavam aqui. Eu queria olhos e eles não estavam aqui. Eu queria calor e ele não estava aqui. Eu queria palavras. Palavras estão em todos os lugares. Mas não estavam aqui. Quando a gente precisa de ar. Quando o ar falta quando precisa. Morre. Não tem outro jeito.

A banda

Jogou no chão todas as razões e certezas. Pisou, repisou. Tentou estraçalhar em pedaços mínimos. Bobinha! Como se conseguisse, dessa forma inútil, diminuir aquele vácuo entre a boca e o coração. Respirou fundo e tanta coisa pelo chão, nada estava dando certo. Correu na cozinha e jogou pra dentro do saco preto toda aquela bagunça esparramada no chão. Num papel branco mal cortado rascunhou um bilhete. Mas era apenas um bilhete e achou todas aquelas palavras demais. Enviou pelo correio. Pela forma de envio mais demorada. Amareladamente se desfez. Fingiu não esperar. V i n t e e q u a t r o h o r a s. Dividiu vinte e quatro horas inteiras com o silêncio. Quase enlouqueceu. Voltou. O saco preto. Rasgado, havia perdido todo o conteúdo pelo caminho. Dividiu vinte e quatro horas com o silêncio e o vazio. O vazio do saco preto. Seu próprio vazio intacto posando como em uma fotografia rente aos seus olhos. Jogou o saco vazio no lixo. Mas por mais lixo que fosse o seu vazio, esse, não conseguiu arrancar. Sofreu. Sofreu um eu que ainda há. Meu. Seu. Eu. E tudo foi acabando. Quando o caminhão da mudança chegou, sentiu vontade de distribuir seu vazio a cada um daqueles carregadores. Grandes, lhe esvaziariam. Como podia caber tanta gente vazia num mesmo ambiente? Correu da sala vazia. Do vazio. Das vinte e quatro horas. Do silêncio. Correu mas não alcançou. Não alcançou você. Nunca mais.

Pequena história triste

Entrou na sala e tudo estava vazio. A areia atritava contra a sola do sapato. O eco ressoava por todo o vão. É. Era. Era um vão. Ã ã ã ã ão. Chorou. Sapateou. Ou ou ou ou. Mas nada voltou pro lugar. Virou-se de um lado para o outro tão rapidamente que rasgou o ar em quatro. Então reparou que ele é quem estava rasgado. Por dentro, em muito mais que vinte e seis. Tentou samba sorriso são paulo sabor. Disfarce nenhum colava suas milhões de partes. Triste mosaico ele se transformou. Partiu no ritmo da partida. Ida ida ida. Tudo estava vazio quando entrou na sala. Então resolveu devolver as chaves.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Pois é pai,

Pai, eu tô pequeno sabe? Tô pequeno assim: do tamanho da sua sabedoria. Qualquer um esperaria uma frase irônica mas meu espírito hoje acordou humilde e não está para piadas. Eu tô assim: árido e morto. Triste como o processo de desertificação. Já parou pra pensar no quanto é triste ver a terra morrer? Não é o fato da morte propriamente acontecida. É o processo. Li que a desertificação é a " degradação da terra (...) resultante de vários fatores, entre eles (... ) as atividades humanas". Os homens matam. Tudo e todos que tocam. Nós matamos. Tudo o que está vivo está também fadado a morrer, a qualquer momento. Mas a morte, em raras exceções, não é um ponto apenas. Enigmático, solitário e independente. Há uma teia de fatores antes do fim. Mas o papo não era bem esse. Estou realmente árido e morto. E não quero ficar repetindo isso pra mim mesmo. Então espero que entenda logo sobre o que estou falando. Meus pés estão cansados. Meus pés e meu "juízo". Apesar de juízo ser algo relativamente variável e altamente questionável. Pois é pai. Eu tô assim: querendo um pouco mais de amor.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Falta

A falta. Falta a presença física. Matéria. Informação pra próxima chamada. Falta. Lavar esterilizar passar chegar decidir e seguir vivendo. As vezes falta ar. Mas não falta vida. Falta espaço tempo dinheiro. Mas não falta vida. Falta paciência tolerância altruísmo. Aí falta vida. Destruição. Ter a terrível limitação de quem dança respeitando a marcação. Não que isso seja um incentivo a rebeldia, ainda que pareça. São os limites além. Nada de moralidade convencionalismo banal. Sabe quando o cara do filme mostra os quatro dedos e pergunta ao outro quantos ele vê? Oito. É ver oito. Sem precisar estar dopado viajado ou sob efeito de algum alucinógeno além da percepção aguçada. As emoções são frágeis e cristalinas. Elas não podem ser distorcidas como reações. São o que são pelo preço que for. E as vezes custa caro. Pra economia do seu dia a dia e pra economia do seu ego. Tem gente que economiza vida. Não sabe contrabalancear. E tem gente que se prende a essa gente. Mas tudo o que é ruim ou faz mal se auto destrói. Tic tac. Como uma bomba prestes a explodir. E aí começa tudo outra vez.

sábado, 23 de julho de 2011

nossa paz

Melhor que leite quente em noite de chuva, é coração quente na hora de dormir. Meu coração se aquece no calor do seu corpo. Três corações quentes antes de dormir. Confiança germinando amor, amor germinando paz.

domingo, 17 de julho de 2011

way back into love

Aos poucos você vai sumir. Não, não, não. Hesitou. Se eu pudesse voltar ao passado, não teria dado o primeiro passo. Partiu o coração dele. Dois corações e meio partidos. Como pode alguém desejar morte onde há vida brotando? Ouviu falar de um grande incêndio no parque ao lado de casa aquela manhã. Lamentou em dobro. O café não tinha o mesmo gosto. O molho shoyo não tinha o mesmo gosto. O melhor sorvete da cidade não tinha o mesmo gosto. Morria na boca o gosto que alimentava a vida mesmo depois de morrer. Enquanto todas as plantas e bichos do parque morriam durante a manhã, a vida continuava do lado de fora. Do lado de fora ela não se importava se havia vida. Enquanto contava os sapatos pros pés que ainda nem estavam ali, pensava. Pensava no quanto queria estar pensando, apenas, nos pequenos pés, nos pequenos sapatos, e não nele. A única coisa que queria voltar era no tempo. No tempo em que ficaria triste e tomaria uma boa dose dum conhaque qualquer pra acalentar a dor. E repetiria as doses, por dias, se fosse preciso. Mas naquele incêndio o fogo não podia ser contido e matou tudo o que havia no parque e mais algumas coisas ao redor.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Por toda a minha vida

- Como vai você?

A tarde estava ensolarada. Ensolaradamente coberta pelas nuvens de quase chuva. Aquela pergunta cabia, como cabia a resposta àquele lindo dia. O relógio marcava as horas dando uma sensação de fim . O descanso mais esperado. O fim do trabalho estressante. Das tarefas do dia. Das expectativas. Dos esforços. Cansaços. O fim. Naquela pergunta que não consumira cinco segundos de atenção, uma poesia velada em resposta nascia. Olhos por olhos e um pequeno sim discorria uma felicidade que demoraria anos pra ser desvendada e estragaria cruelmente a beleza daquele instante.

Tinha certeza, consumindo vorazmente cada letra, de que estava feliz. E certeza e felicidade combinavam harmonicamente. Nada como goiabada e queijo. Certeza e felicidade não combinavam em suas diferenças. Uma brotava da outra em "sucessivo-contínuo" existir. Apesar de todas as desventuras. Nunca quis tanto ouvir aquela pergunta, só pelo prazer de estar feliz.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Tolices.

E se por um lado há apenas a felicidade, por outro, há apenas a tristeza. E nem na sua mais estreita linha de limites elas se misturam, se confudem. São claras, crescidas, óbvias como o óbito. Morte é morte. Ainda que não se saiba como aconteceu. E se por esse lado há a morte, por outro, há a vida. Pela vida não posso permanecer triste. Nem morta. Nem fraca. Nem. Nem esperar por ninguém. Também é óbvio que nascemos completos pro combate. Aptos à vencer. Esperar por ouvidos dispostos quando nasci com dois, seria uma grande bobagem. E como adoramos grandes bobagens!

sábado, 4 de junho de 2011

A.H.quele A.H.mor de sempre

Escorrega pela minha língua, que faz um movimento tenso e venenoso, seduzindo o que são só palavras mas buscam você. Se fosse apenas sexo. Mas é amor. Tocado diversas vezes. Em diversos estilos. De diversas partidas. Por diversos meios. Por diversos anos. Para um único fim. O próprio amor.


(com todo amor, ao meu companheiro, Antonio Humberto)

Quando uma mulher tem alguém como eu tenho você.

Como quem constrói pontes, você refazia nossos sonhos, costurando-os cada vez mais forte. Um homem quente. De café quente. Bom café quente. Cafuné que eu te faço antes de dormir. Quando uma mulher tem alguém como eu tenho você, constrói dramas difíceis de se explicar. É que a gente tem mania de duvidar do que é bom. Mas logo depois acredita pra sempre. É que a gente tem todas essas entrelinhas complicadas de se decifrar. Entrelinhas que se calam ao som do coração. É que homem igual a você eu nunca vi. Nunca vi alguém tão pra outrém como eu pra você e você pra mim. E as nossas confusões se apagam quando nossos braços se encontram. Na medida certa nos enlouquecemos. E nos possuímos espatifados de desejo. Ansiosos como alunos por notas, viciados por drogas, injustiçados por justiça, frio por calor. E tudo acaba sereno, como o amanhecer de uma tempestade em alto mar. Nunca vi homem como você em lugar algum que chega até mim. Você chega até mim. Nossas palavras se acolhem mesmo quando parecem lançadas para ferir. Chego a nos sentir como veneno e antídoto. Morrendo e nascendo a todo tempo. Contínuos pelo maior e único motivo que nos faz ter começo meio e fim e novamente começo, comum aos romances que duram pra sempre, pra sempre que não se atém apenas ao físico compreensível, o amor. Contínuos pelo amor. Me permito a acreditar em outras vidas, em eterno, infinito. O nosso amor que agora continua em nossa pequena flor, Helena. Quando uma mulher tem alguém como eu tenho você, ela é feliz.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Nexo

O que mais eu posso dizer? Disse que estava esperando a canonização, tentando chegar ao nirvana, essas coisas que demonstram fielmente o quanto estamos tentando acertar. Se fui pobre não me lembro.
Agora preciso ir dormir. Dormir a tristeza.

terça-feira, 15 de março de 2011

Transitória

Cato um pouco daqui e dalí, na esperança da forma que algum raciocínio pode ter. Quem conta um conto aumenta um ponto, imagina pra quem não sabe contar. Quem não cata, não conta, não materializa, não vira realidade. Quem vive nesse mundo sem graça, sem fé, sem sentido. Se sentindo a última bolacha do pacote, nem lembra que vai ser devorado. Aprendi, ao longo desse conhecer literário (que não cabem nos meus vinte e um anos) um tanto que não me encaixa em nenhuma escola da literatura, nem me promove à artista. Não tenho licença poética. Nunca tive. Tenho coragem e observação. Com uma certa prática você entende e sabe quais palavras se encaixam nos lugares certos. Quem gosta de viver sem graça, comer arroz com feijão, engolir a revolta, emudecer a retórica, viver em branco, que viva. Eu gosto é de escrever. Babar as frases que podem ser formadas num jogo de palavras que ouço de cada um na rua. Somar experiências. Somar as sem-graçisses de desconhecidos e promover revolta. Os seres humanos, e que fique claro aqui que somos nós, risos, acredito eu, devem mesmo é ser estimulados. Cérebro pra que caramba? Sexo pra que caramba? Não é questão de foda, de opnião, de gosto, de dança, de bosta. É uma grave e urgente questão de existência. Vamos lá, todos os cabeçinhas de algodão doce, vamos jogar essa merda de algodão fora e colocar uns pensamentosinhos nessa caxinha do corpo. Mas também não é uma questão de só pensar. É pensar mais e mais. E pensando mais e mais também não é só uma questão disso. É uma questão de respeito. É. Uma questão de respeito. Quem não vive na mesmice, numa vida sem cor, tem atitude pra respeitar.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Eu posso sorrir para você

Alguém mais acha que as coisas mais recentes que tenho escrito estão uma bosta?  Parece que tudo ficou tão íntimo e restrito, que a minha capacidade criativa se restringiu à experiência própria, além do incomodativo fato de achar que têm sempre alguém, maniacamente, me seguindo. Gosto de platéia, fãs, admiradores, secretos ou assumidos. Quem não gosta? Talvez a obssessão seja apenas minha em acreditar que alguém possa ser obssessivo assim. Ok, nem os índices demonstram isso. Mas de fato, minha teimosia instintiva têm pedido arrego e tempo. Nesse turbilhão de novidades, o tempo de sobra não existe. Não sobra nem pra quem quer, nem pra mim. Talvez eu tente praticar uma dessas coisas alternativas que acompanha algumas fitas e se pode ouvir enquanto dorme. Talvez eu não tente nada. O bife tá pronto. O beck também tá. Corre moleque, que amanhã é carnaval !

domingo, 27 de fevereiro de 2011

As vezes é preciso escrever um pouco de verdade

Então fica combinado assim. Acabou a brincadeira. Vestidos nessa nuance de gente grande, o tempo é de amar. O tempo é de construir. Não parar. De agora em diante, tudo é segredo e discreto. O nosso será apenas nosso e a divulgação será em doses pequenas e comuns. Nem todo mundo sabe o que fazer com a felicidade alheia. Alheia do seu pequeno ego. E se é nossa, que seja apenas. Dividir não é publicar. Expôr provoca desejos e desejos podem ser destrutivos. Se papai tá feliz, mamãe tá feliz, vovôs e vovós, bisa e bisos. E toda essa árvore genealógica, apenas ela, precisa ser feliz também.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Mimos de um fim de semana de uma grávida

Então é assim. Poucos anos e muitos hormônios. Muita estética e opnião. Eu acho tudo. Eu achei que achava tudo. E tudo que eu achava eu achava que sabia. Hoje eu sei que não sei de nada. A gente tenta rumar a vida como quem anota num caderninho as dívidas de alguém. Burrice. No fim das contas, ninguém controla porra nenhuma nessa merda. De repente, você tem vinte e um anos, três semestres de universidade, um apartamento solitário na capital, um bocado de amigos, um bocado de planos, um bocado de regras, um bocado de ego, extremamente egoísta. Daí você pisca os olhos e parece que alguém, em algum lugar, puxou o tapete e você caiu no chão. Com o TRASEIRO direto e rente no chão. Só que ninguém havia dito que tudo o que você achou que sabia era realmente o que existia e muito menos que o tapete estava no lugar certo, ou que você estava no lugar certo. Certamente, alguém, um dia, até tentou te avisar. Mas você tinha mais hormônios do que atenção e nunca deu bola pra nada além de você. Puf! Parece que a terra desceu escrota bem em cima do seu barraco. Alguém aí sabe como é ter que recomeçar? Lamentar-desapegar-enfrentar-planejar-reconstruir-e-seguir-em-frente. Tipo aquele lance de levanta sacode a poeira e dá a volta por cima. Eu não fui assaltada. Não fui baleada. Não fui agredida. (mas bem que tentaram). Não fui explusa, nem mal tratada, nem odiada, nem morta (rs). Meu barraco não caiu. Meu entes estão bem. Eu não perdi o emprego. Ainda estou na universidade. Tudo bem que não ganhei na mega sena, mas eu nunca joguei! Apenas serei mãe. Padecerei no paraíso. E todas aquelas fraldas que as pessoas dizem, Aliás, falas que as pessoas dizem. Porque eu, não digo mais nada. De agora em diante eu só posso sentir. Além dos enjoos e tonturas, um amor imenso e incondicional, que não precisa de sexo, nem de corpo, nem de nome, nem de nada  pra existir. Um fruto. A gente plantou né? Nada mais justo que colher.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Nanana

Depois de ler um milhão de sites, chego a conclusão de realmente não estar maluca. Mas me diz aí o que que eu faço com essa variação estrabólica de humor ?! Cacete que maluquisse! Desfazer das coisas que acredito para ser sempre mais altruísta, até então, pra mim, era o ápice do desafio, mas como se não bastasse, uma batalha de hormônios construidores de placenta estão desafiando a minha sanidade. Só muito amor. Um golpe de redução de danos utilizando muito amor.

Caio F.

Sinto falta da calma e companhia dos cigarros.

Oito semanas

Variações malucas de humor. Baby, isso vai me matar! Na boca um milhão de perguntas. Um milhão de enjoos que brocham qualquer desejo. Um tesão alucinado, chato, cheio de mimos e bem me quer. Mais quilos, mais responsabilidades, mais sangue, mais vida, mais informações, mais restrições. É tanto mais tanta coisa que vai confundindo a mente ativa e operante que, além de feminina, estudante, trabalhadora, jovem, aprendiz, ainda precisa ser mãe. Mas aquele tipo de mãe que ainda não é, já sendo. Alguém por acaso já pensou que atravessar a rua é o melhor exemplo de existência? Não basta olhar pros lados. Você tem que contar com a sorte de não ter algum maluco que desrespeite as normas e invada o seu espaço, esmagando a sua cabeça ou te dando um grande susto. É. É isso. Viver goza de uma boa dose de sorte. Sorte de que todos a sua volta possam respeitar seu espaço e que você respeite, também, o espaço do outro. Será que alguém aí esqueceu aquela paradinha básica de direito de ir e vir? Tem mais alguém nessa jogada louca. Vida louca. Vida louca. Vida louca.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Isso as vezes nos convém ( coral brasileirinho)

Loucura como um cordãozinho pode fazer tanta diferença. Maturar o perdão e o bem querer tão juntos e maciçamente. Permitindo-se sempre a usufruir a autonomia de existir. Derreto cada pedaço que aos poucos vai se colorindo de um tom assexuado e melancolicamente intenso. Numa espera, moram vários compassos sentidos diferentes. Em cada compasso sentido, um outro sentido que não chega a existir por não ser imaginado, mas esta lá. Delicadamente uma sinfonia vai, osciladamente, se construindo todos os dias. Um resultado variante e permanente. Permanentemente amor perene. A metáfora virou realidade 2.

Velosamente

Devagarzinho tudo oscila. Picos de bem ou mal. Onde eu nasci passa um rio. O rádio toca pra mim. Vindo de onde for, venha que vamos mais. Venho de onde for. Foi para sempre vai.

Chico Buarque

Nosso erro já bateu mais de quatro milhões de vezes. Belo erro vivo. Agora terá que ser um acerto. Um acerto de contas. Contas da vida que intensamente sempre vivemos. O belo cigarro, que não posso mais. O belo copo de cachaça, que não posso mais. De um lado um coração partido. Lágrimas de uma moça do lado de lá. Lágrimas de uma moça do lado de cá. Porque todas essas moças chorando assim? Do outro lado a ânsia pelo que virá. Se meu amor soubesse desse destino demasiado estranho que vivemos. Ah se meu amor soubesse. Se ela soubesse que nada tive a ver com nada e agora tenho tudo para haver. Já há tudo em mim. A metáfora virou realidade.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A dica

Glória nunca teve medo de palavras feias grandes grosseiras. Nem de ameaças. Tapas. Trapaças. Da morte. Glória tinha medo de não cobrir de carinho aqueles a quem amava. De perder uma boa oportunidade. Se distrair. Perder uma chance de paz. Dizia ter aprendido em casa que temer só poderia lhe render cautela e que ninguém, jamais, tinha o direito de lhe explicar as possibilidades. Também foi lá, que ao longo de suas poucas primaveras, entendeu a felicidade. Glória sonhava, com a realidade que conquistava a cada dia. Nunca foram dias perfeitos. Glória nunca fez o tipo de menina que busca a perfeição. Havia uma felicidade contagiante ao saber que, ao fim de cada dia, ao menos um detalhe, fosse apenas um passo, ela havia conquistado. E essa conquista, ninguém podia apossar-se. Nem que arrancassem suas vísceras, ou lhe cobrissem de estupidez. Havia uma coisa que a mantinha segura de si. Glória sempre quis muitas coisas ao mesmo tempo, mas sempre soube muito bem o que não quis. Pessoas mesquinhas, cheias de mágoa, paradas no tempo, sempre estiveram fora. E sempre vão estar.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Verdades e mentiras

As coisas mais estranhas acontecem ao amanhecer. Descobre-se as coisas mais estranhas ao amanhecer. Sucumbe o medo em mim. Sólido como um metal fundido em meu peito. Medo do que decidir. Medo do erro. Medo dessa tempestade avassaladora, dolorosa, pressionante. Por favor, me dê a mão. Ignore esses corações lotados de mágoa.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Nuevo

Vida nova. Mais uma. Mais uma vida cheia de opções. Decisão. Quem provará o certo e o errado ? O cheio o vazio o meio. O meio termo. Não há espaço para meio termo. Você veio sem pestanejar. Passaram-se anos. Desenvolveu-se agora, assim. Nesse meio trágico, sua beleza infantil tão reconhecida e estranha, sucumbiu de amor e ódio a existência. Os caminhos existem para serem trilhados ou escolhidos. Apenas a permanência é uma escolha. Escolher olhar pros lados antes de atravessar a rua e não ser amassado por um carro velho em baixa velocidade logo ao amanhecer. Morrer não é trágico. Trágico é como morrer.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Chico Buarque, mulher

Não quero ninguém dizendo o que fazer. Só escuto a voz em sintonia a minha. Apoio. O que quer que aconteça, ficará bem. Você me diz, enquanto nem consigo entender o fato. Falso positivo. Abuso da sorte. Eu não quero o não. O melhor a ser feito é tão egoísta e doloroso. Erro na dosagem. Fatal. Tudo problema meu. Quem lê nunca vai entender. Filosofia interpretação nada lógico ou ligado ao raciocínio vai te fazer entender do que realmente é real aqui. Devia seguir a vida e olhar pra frente. Não sou nada, nunca quis ser tudo. Sou o que. Quem sou. Tudo só diz respeito a mim. Interromper a vida. Superar. Aguardo ansiosa o desfecho dessa faca de dois gumes. Deu tudo errado, na hora errada. Deu tudo certo, na hora errada. Deu tudo errado, na hora certa. E agora José?

sábado, 29 de janeiro de 2011

O quereres

Essa delicadeza tão sutil consome. Consumo para além do capital. Delicadeza das coisas findas. Segundo plano. Onde queres o que quer sou inteiro oposto, o não. Mentiras doces me consomem. Que acabe logo o espetáculo. Cansei de vestir essa personagem tão singela.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Recado

O que sinto pressente. Não como um mal presságio. Mas sabe o que vai acontecer. Corre e evita. A suspeita é sempre uma péssima companhia para se estar em paz. Sigo adiante, agora sem volta. Os pneus ainda rolam em sua direção. Sinto a sua falta. Pressinto a tua presença. Onipresente em meu existir.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O dia da saudade

Acordei com formigas na boca. Entre elas e o meu estômago há uma distância afiada que me dilacera. Tudo está grotescamente cinza. Os meus olhos não dissernem nenhum sinal de vida em cor. Parece um dia inexistente. Um sonho. Um pesadelo. Sinto, nas minhas pernas, um cortar que só machuca por me tornar imóvel. Mas corro. Corro desesperadamente tentando cuspir cada formiga. Todas estão impregnadas na minha boca. Gosto de morte. Gosto amargo. Distância. Era inevitável. Eu sabia que esse dia chegaria. O terror não vem do fim. O terror está nessa guinada. Faço a curva sem saber se ela acabará.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Café ?

Voltara a escrever do mesmo ponto. Mas desta vez, sem seus cabelos. Lá estava eu colecionando calendários em cada passagem. A distância diminuia a cada letra. Piscava os olhos e a paisagem se refazia a minha frente. Novamente eu ia ao seu encontro

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Pagar pra ver

A noite se revezava com o dia. Carregava um neném no colo. Pouco cabelo na cabeça. Na minha cabeça perguntava o que era tudo aquilo. Momento de festa. Vídeo antigo. A felicidade se estampava nos sorrisos de todos ali. Mas eu estava do outro lado da tela, e não sorria. Era estranho a antiguidade dos fatos. Mas era real. Tudo o que eu via não me pertencia, mas era meu. Era eu de alguma forma. Haviam cores. Lembranças coloridas do que ainda nem ocorreu. O que será disso tudo para além do onírico ? Mistério.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Agora sim

Frases batendo. Batem rompendo. Negação. Desconstrução. Desafio. Frases martelaram minha mente a noite inteira. Temos a compreensão maior. O outros, os outros não sabem nada. Perguntam o óbvio quando ainda somos a melhor resposta. Eu enxergo onde você vê e onde ninguém mais sabe o que tem. A falta de expectativas me entristece. Me entristece a falta.  Me enraivece muito mais que entristece essa coisa morna-fria da desesperança. Os outros afetam em segundos contados e podados. Me falta a paciência. Um pouco de confusão. Como você enxerga o que o outro é ? Você se arriscaria a dizer o que ele precisa ? Quem é você, mesmo ? Você se acha, mesmo, capaz de aspirar necessidades alheias ? Quando digo que ainda somos a melhor resposta, digo em retórica à indignação. E estar indignado não é um estado de espírito, é uma resposta. Você provoca, eu me indigno. E temos o que há. Não movo pedras para atirar. A minha revolta é calma e silenciosa. Você não sabe. Os outros, os outros não sabem nada. O saber virá quando(quanto)  for o tempo.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Sob, Sobre, Soube.

A paixão vem sempre a frente. Vanguarda. Precipitada. Cega. Intensa. Incontrolada. Apaixonar-se é tão suave e arrebatador como um acidente de trânsito. Mas para apaixonar-se não é preciso veículos. A existência de andar a pé, é suficiente. Todas as peças estão dentro de você. Motores de amar. Não. Apaixonar-se nada tem a ver com amor. Apaixonar-se é o inicio e o fim. O amor não tem maneiras. Motores de amar funcionam para sempre. Paixão não tem motor. Paixão tem engrenagem. Uma peça leva à outra. O fim e o início se repetindo incessantemente. Quem vai provar pra mim que não é assim ? Acredite ! Isso tudo sem entrar em detalhes. Detalhes da ordem de que ordem tem ! O fato é que na desordem que isso tudo junto dá, amo intenso em um ato contínuo sem mover um dedo sequer. Porque o amor nada mais poderia ser que a harmonia perene. O meu amor perene e sem fim, mora calmo. Motor de amar. Modo de amar. Amor.

On the road

Pequenos traços emparelhados. Não constroem linhas, mas sinalizam. Pequenos traços emparelhados chegam em qualquer lugar, mas me levam à você. De onde sento agora, vejo o horizonte extenso, denso em seu calor. Passam milhares de mentes que não passam por mim. Aqui dentro meu corpo respira normalmente. Homens na pista colorem de laranja a paisagem verde e marrom, e muito mais marrom que verde. Pacientemente as rodas giram perdendo as contas das voltas. Gostaria que as horas perdessem a conta e depressa nas voltas passassem o mais rápido possível. Te ver é uma ânsia maior do que te ter.
As vezes a vida pega fogo. As vezes a gente vê o fogo. Noutras, só a fumaça. As vezes parece que vai parar. Em outras, realmente para. A vida é como estar na estrada. Pode ser uma longa viagem, uma curta viagem. Com sinalizações, ótimas ou quase ausentes. Algumas ou várias paradas. Sozinho ou solitário. Com escolhas ou com destino. Alguns cumprimentos no silêncio. Se me sinto dona da minha estrada? Sinto. Fiz-na de idas e vindas. Voltas e voltas. Mas agora o que importa no que sinto é que quero te levar comigo nessa minha-nossa estrada.