segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Niña

Acabou. Com um certo sufoco apressiou aliviado o fim. Acabou antes da hora, o que lhe dava tempo de sobra e alguns questionamentos. Quem sabe um sono intenso. Um pensamento intenso. Algo intenso que lhe distraísse. Ouviu sua voz. E todas as linhas seguintes ficaram vazias porque não conseguia descrever o que sentiu. Apenas ouviu sua voz. Apenas queria ouví -la. De novo. Novamente. Até que a distância entre os corpos fosse de apenas um beijo. E então pudesse deslizar as mãos nos seus cabelos. E tocando seu corpo, pensar, aliviado, que bom que está aqui.
Construíram, até aquela chegada, com palavras simples, bases de carinho. Não desejava seu corpo como um desejo único cínico isolado. Virtualmente, teu abraço maduro abrira margem para todo o resto. Era muito mais uma questão literária honesta poética. Nos últimos dias criou critérios que dispensavam embravecidamente intensas paixões mentiras sinceras desesperos e aflições. Precisava da paz que faltava ao mundo. Ela agia como missão de paz.
Deu-se tudo tão rápido que na distância não deu-se. E o que poderia ser trágico continuou a acontecer. É que agora faltava tato. Olfato. Paladar. Precisava saber do cheiro gosto temperatura. A tua beleza se inscrevia nos meus olhos aquarelamente devagar, tingindo meu olhar de você. Então eu já sabia do óbvio: todo o caminho traçado deveria ser refeito.

Sentou-se. Prometeu voltar a escrever em dois dias, quando finalmente, você estaria aqui.




' Talvez o mundo não seja pequeno 
Nem seja a vida um fato consumado 
Quero inventar o meu próprio pecado 
Quero morrer do meu próprio veneno 
Quero perder de vez tua cabeça! 
Minha cabeça perder teu juízo. 
Quero cheirar fumaça de óleo diesel 
Me embriagar até que alguém me esqueça ..'

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