sábado, 23 de julho de 2011

nossa paz

Melhor que leite quente em noite de chuva, é coração quente na hora de dormir. Meu coração se aquece no calor do seu corpo. Três corações quentes antes de dormir. Confiança germinando amor, amor germinando paz.

domingo, 17 de julho de 2011

way back into love

Aos poucos você vai sumir. Não, não, não. Hesitou. Se eu pudesse voltar ao passado, não teria dado o primeiro passo. Partiu o coração dele. Dois corações e meio partidos. Como pode alguém desejar morte onde há vida brotando? Ouviu falar de um grande incêndio no parque ao lado de casa aquela manhã. Lamentou em dobro. O café não tinha o mesmo gosto. O molho shoyo não tinha o mesmo gosto. O melhor sorvete da cidade não tinha o mesmo gosto. Morria na boca o gosto que alimentava a vida mesmo depois de morrer. Enquanto todas as plantas e bichos do parque morriam durante a manhã, a vida continuava do lado de fora. Do lado de fora ela não se importava se havia vida. Enquanto contava os sapatos pros pés que ainda nem estavam ali, pensava. Pensava no quanto queria estar pensando, apenas, nos pequenos pés, nos pequenos sapatos, e não nele. A única coisa que queria voltar era no tempo. No tempo em que ficaria triste e tomaria uma boa dose dum conhaque qualquer pra acalentar a dor. E repetiria as doses, por dias, se fosse preciso. Mas naquele incêndio o fogo não podia ser contido e matou tudo o que havia no parque e mais algumas coisas ao redor.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Por toda a minha vida

- Como vai você?

A tarde estava ensolarada. Ensolaradamente coberta pelas nuvens de quase chuva. Aquela pergunta cabia, como cabia a resposta àquele lindo dia. O relógio marcava as horas dando uma sensação de fim . O descanso mais esperado. O fim do trabalho estressante. Das tarefas do dia. Das expectativas. Dos esforços. Cansaços. O fim. Naquela pergunta que não consumira cinco segundos de atenção, uma poesia velada em resposta nascia. Olhos por olhos e um pequeno sim discorria uma felicidade que demoraria anos pra ser desvendada e estragaria cruelmente a beleza daquele instante.

Tinha certeza, consumindo vorazmente cada letra, de que estava feliz. E certeza e felicidade combinavam harmonicamente. Nada como goiabada e queijo. Certeza e felicidade não combinavam em suas diferenças. Uma brotava da outra em "sucessivo-contínuo" existir. Apesar de todas as desventuras. Nunca quis tanto ouvir aquela pergunta, só pelo prazer de estar feliz.