terça-feira, 30 de novembro de 2010

Rua Nascimento Silva, 107

Tanto quis e tanto fez por querer que, diante do que não queria, pôde apenas querer outra. Agora queria outra. Coisa essa, ainda a mesma. Ainda no mesmo lugar. Agora, queria ser feliz. Chegou a se perguntar, no invadir daquela noite em que momento deixou-se levar tanto a ponto de esquecer de si. Mas em um só momento permitiu-se perguntar, nos outros segundos era apenas amor. Amou outra vez. De forma que não surgiu nem construiu nem descobriu. O amor sempre esteve ali. Entendeu que correu num círculo e reconheceu engano todas as vezes que acreditou correr longe. Era um mistério, um milagre, uma icógnita, uma questão sem resposta mas dotada de sentido. De sentido, eu disse? Sentimento. Dotada de sentimento. Todas as vezes que acreditei estar longe de você. Todas as vezes que quis estar longe. Todas essas vezes em que presamos distância e coisas ruins. Todas essas vezes estranhas e dolorosas... e agora você me aparece assim, de braços abertos. Destruindo todos os meus demônios com seu doce existir. Caralho. Que surra. Que surra feia eu estou levando da vida. Uma surra feia através da mulher incrível que você é.

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