quarta-feira, 17 de novembro de 2010

You don't know me

Então é isso. Nos últimos meses tenho lido muito. Todos esses autores donos da chamada contra cultura. Esses mais recentes também. Nos ultimos dias, mais propriamente, tenho sido acobertada por uma espécie estranha de nostalgia, nova no meu vocabulário. Uma nostalgia diante da preparação para essa aparente guinada que está prestes a acontecer. Também pairam sobre mim algumas dúvidas. Talvez um misto de crescimento e humanidade. Ou quem sabe o resultado da confusão que me tornei. Tenho tentado prestar atenção no que Ela diz. Um pouco de normalidade na minha vida, me incita a pensar que estou sempre querendo ser mau observada e mau quista e mau dita e mau mau mau. Não como o mau humor matinal ou meu acessos de mau comportamento da adolescência ou mesmo o mau carater dos dias nos quais esqueço de tomar o remédio controlado para minha tpm. (Aqui, me revelo mulher) Mas sim, um mau necessário, um mal quisto, obcecadamente desenhado durante o meu amadurecimento, projetado em todas as minhas atitudes que, apesar de positivas, sempre repercutiram fieis ao contra. Quem sabe, à luz dos dias modernos alguma corrente da psicologia hightec possa explicar essa personalidade. O fato é que, voltando ao que eu dizia, ando me debatendo com essa nova nostalgia que me faz pensar que estou morrendo. Sim. É como se andar de avião representasse a desconfiguração de tudo o que projetei na minha infância e que, até uns meses atrás, soava condizente com o que sou. Desfazer-me dessas projeções impregnadas, sobretudo, na minha mente parece, de perto, uma preparação para o desconhecido. E como ainda que, eu esteja, realmente me tornando alguém com maior clareza, não pretendo lidar de cara com o que não concebo existir, pretendo me apegar apenas à idéia desse sentimento estranho e novo que insisto em desvendar e compreender. Todo esse desejo de compreensão me faz crer que, talvez eu goste de me ver amarrada à esses pensamentos antigos e inadequados. Procuro, agora, uma compreensão imparcial. Uma auto análise fora de mim. Um exercício de um daqueles ditados que julgam sempre ter razão. Ou simplesmente eu goste de rever espontaneamente o que coexistiu à mim e que fez com que eu chegasse a ser quem sou. Mesmo crendo que não sou nada nem ninguém pois continuo num eterno processo de formação. Caramba. Quanto egoísmo em duas linhas. Dei uma pausa como se tentasse reorganizar as idéias numa forma mais altruísta. Ainda a alguns instantes li um trecho de um livro que incitava essa forma egoista de ser, dizia-se necessário para a permanência de um bom escritor na sociedade. E ainda não estou certa de sim ou de não. Aguardo o momento em que, para a sociedade, serei um escritor. Por hora, volto-me a questão nostálgica. Essa espécie de vírus modificado que estranhamente me dá medo da morte. Essa tal passagem só de ida para o desconhecido. E falando em desconhecido acabo de me lembrar que não queria falar sobre o que ainda não existe. Então pulemos essa parte. Prenderei-me então, aos detalhes do que sou, do que ela diz e do que me faz falta. O que sou, aos meus olhos excêntricamente rudes, soa estranho. Um ser chato, egoísta, orgulhoso e impulsivo. Uma espécie convicta de velho ranzinza e metido a sabichão. O que ela diz, tem a ver com o que sou, ou com o que Ela diz que tento mostrar ser. O abraço Dele me faz falta. Gostaria, na maioria desses ultimos dias, de ter ao invés de vazio, um grande amigo.
Então é isso. Meia dúzia de palavras que, se tivessem chance, continuariam sendo expurgadas involuntáriamente até que meu email não tivesse capacidade o suficiente de me guardar.

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