terça-feira, 28 de setembro de 2010

Cara de pau

O que a incomodava era o inédito que não era inédito e sim oportuno. Parecia oportuno que ele ligasse convidando-na pra sair em cima da hora. - Lógico! Depois de dispensar todas as possibilidades, restara apenas eu! - ela pensava. E mesmo isso, ela suportaria. Mas daí a tentar convencê-la de que era mesmo um convite de última hora, isso ela não poderia tolerar. Nem de longe. Pensava que quem não sabe fingir não deveria tentar. A sinceridade provocava nela, uma espécie de tesão estranho, parecido com aqueles que te 'causam' no meio da tarde. Pois bem, ela recusou o convite sem dizer um não. Mudou de assunto elegantemente e ficou de ligar depois. Ao desligar o telefone, tratou de rasgar o número para que, caso ele voltasse a ligar, teria em suas mãos, uma pergunta para mudar de assunto novamente. Precisava sempre de uma carta na manga. Coincidência, ou não, ela sempre tinha.

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