segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Jazz

Eu era um sacana de pouca idade. Ela era uma dissimulada. Descarada - escancarada - debochadamente, sacaneava qualquer um. Tinha fetiche por olhos e tórax. Eu, que nunca fui de ter músculos, ao menos tinha olhos que a agradavam e sabia escrever algumas palavrasmeiaverdades. Desconcertado, frente a frente do que eu poderia chamar de meu rival, fui aprendendo com ela a dispensar algumas formalidades. No final da noite, assim como na noite anterior, horas depois, fumando um cigarro, continuei dispensando formalidades. Aquela vadia não precisava fazer isso. Não era questão de trabalho. Eu estava desnorteado em plena madrugada, enchia meus pulmões de fumaça, satisfazendo não à mim, mas ao péssimo hábito que tomei como eu. Bela mulher. Belas mulheres são sempre bons motivos para péssimos vícios. A noite não podia ter sido melhor. Assim que ela atravessou a porta de mãos dadas àquele panaca, eu pude respirar um pouco mais aliviado.

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