quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Laço frouxo

As vezes a gente flutua. Em alguns instantes daquela noite, cheiro forte das flores no quintal. Teu corpo não pesava mais que o nosso encontro. Meu corpo não pesava mais que uma ilusão. Havia um pedaço de melancolia naquela pequena possibilidade entre nós. Havia a certeza de que queríamos e a certeza de que não deveríamos mais. Eu estava paralisado. Meu corpo ao seu em movimento. Mas eu continuava paralisado. Era verão, a noite quente. Mas as flores no quintal insistiam em exalar seu cheiro forte como se trouxessem a primavera em nós. O quintal. Liga ações. Recebidas em intensos momentos de amor. Parávamos por corridos segundos. O relógio parecia disparar nesses intervalos. Algumas palavras de amor. Tentávamos contornar com algumas palavras de amor. As mesmas palavras, não podiam mais impressionar, mas impressionavam por continuar a existir. Existíamos, duvidosos do que ainda seríamos mas sedentos por aproveitar o que éramos. Naqueles instantes de encontro. Não podíamos ter mais nada. Nem uma noite a mais, nem uma impressão a mais, nem uma palavra de amor a mais. Naqueles instantes de econtro éramos apenas nós.

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